Aportes devem ser liberados até 2021, além da instalação de um segundo terminal, orçado em R$ 700 mi
Intenção da injeção de recursos é atender à crescente demanda por transporte de carga geral em contêineres
Os terminais de contêineres do Nordeste devem receber investimentos superiores a R$ 1,5 bilhão até 2021. Os aportes estão previstos no Tecon Salvador (R$ 660 milhões) e no Tecon Suape (R$ 210 milhões), mais a implantação de um segundo terminal em Suape, orçado em R$ 700 milhões. No país, estão previstos investimentos de R$ 10,5 bilhões até 2021, sendo R$ 4,5 bilhões até 2016, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos).
A estimativa considera tanto os investimentos já aprovados quanto os possíveis. O objetivo dessa injeção de recursos é atender à crescente demanda por transporte de carga geral em contêineres, tanto no longo curso quanto no setor de cabotagem. No conjunto dos terminais de contêineres brasileiros, a capacidade instalada aumentaria de 11,8 milhões de TEUs, em 2011, para 14,7 milhões de TEUs em 2021, considerando apenas os projetos já aprovados. Quando se inclui na conta os investimentos possíveis, esse número salta para 24,5 milhões de TEUs.
No Nordeste, a capacidade aumentaria dos atuais 1,6 milhão de TEUs para 3 milhões de TEUs, considerando os projetos aprovados, e para 3,6 milhões de TEUs incluindo os projetos possíveis, num prazo de dez anos. Esses valores incluem os terminais de Fortaleza e Pecém, no Ceará. Segundo o levantamento, os clusters do Norte e Nordeste têm apresentado um crescimento acima da média nacional nos últimos anos, o que justificaria os investimentos.
“Enxergamos um potencial muito grande no Nordeste. Estamos prevendo um crescimento de 6% a 7% ao ano na região até 2021. Nos próximos três ou quatro anos, esse percentual poderá chegar a 9% ao ano”, diz o presidente da Associação Brasileira de Terminais de Contêineres de Uso Público (Abratec), Sérgio Salomão. O estudo do Ilos foi feito sob encomenda da Abratec.
Salomão explica que esses investimentos deixarão o setor numa posição muito confortável, com capacidade de sobra para atender à crescente demanda. “O normal é se preparar agora para atender a demandas futuras. É natural termos cais e pátio para atender a uma movimentação de 24 milhões de TEUs, mesmo que o realizado fique abaixo disso”, afirma. Em 2011 foram movimentados 7,5 milhões de TEUs, diante de uma capacidade operacional de 11,8 milhões de TEUs.
O presidente da Abratec destaca que gargalos existem, mas eles não estão dentro dos terminais. “Estão nas vias de acesso aos terminais. Em portos mais antigos, como Santos, o acesso é muito precário, o que faz com que a carga tenha dificuldade para entrar e sair do terminal”, comenta.
Para o setor, os investimentos previstos representam uma mudança de paradigma. Nos últimos 15 anos, de 1996 a 2011, foram aplicados US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 5,05 bilhões) na expansão do sistema, incluindo instalações, cais, pátio, equipamentos e qualificação da mão de obra.
“Tudo isso para que os terminais brasileiros ofereçam uma performance operacional que se compare aos terminais estrangeiros”, completa Salomão. Juntos, os 13 terminais de uso público em operação no Brasil geram 1,5 mil empregos diretos e mais de 4,5 mil indiretos.

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