Quando anunciou o Programa de Investimentos em Logística, em agosto, o governo federal agradou os setores produtivos brasileiros com a promessa de melhorias na infraestrutura do país. Ao mesmo tempo, no entanto, o Planalto lançou um mistério sobre as ferrovias.
O pacote de R$ 91 bilhões para doze estradas de ferro será direcionado em sua maior parte a trechos que, atualmente, já estão sob concessão. A intenção do governo, confirmada pelo próprio ministro dos Transportes, é que as empresas devolvam trechos considerados estratégicos à União para que, então, eles sejam licitados novamente a partir de um novo formato de concessão.
O governo contratará uma nova concessionária e, depois, comprará dela a capacidade total de movimentação da ferrovia. Em uma segunda etapa, revende a capacidade da malha a múltiplos operadores. O objetivo é acelerar investimentos ao mesmo tempo em que acaba com o monopólio nos trechos escolhidos.
Em alguns casos, as empresas concordam em ceder os trechos graças a uma negociação. Em vez da obrigação de investir em ferrovias subutilizadas, as atuais empresas cederiam esses trechos ao novo modelo do governo e ainda teriam direito a uma parte da movimentação na malha reformada. Esse é o caso, por exemplo, da Transnordestina, conforme adiantou o Valor em agosto, em matéria sobre o começo das negociações para as retomadas dos trechos.
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