segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A COMPLEXA LOGÍSTICA DA FIAT

Instalação da montadora em Goiana exigirá integração entre empresa e governo para evitar transtornos no trânsitogsandes@jc.com.br O polo automotivo da Fiat em Goiana será praticamente uma nova cidade.
A partir de 2014, quando tudo estiver funcionando, 2.065 veículos vão convergir todos os dias para o epicentro do complexo, que terá a fábrica da Fiat e 14 outras indústrias fornecedoras em um mesmo terreno de 4.440 hectares. Isso equivale a 20% da movimentação de todo o Complexo Industrial Portuário de Suape, que provoca engarrafamentos gigantes no entorno, em horários de pico.

O futuro do trânsito na Mata Norte é um dos grandes alertas contidos no Relatório de Impacto Ambiental (Rima) da Fiat. Por isso, pensar o polo automotivo é mais que falar em geração de empregos, concreto e máquinas. É pensar uma gigantesca operação logística: o transporte rotineiro de pessoas, material e produção. A tarefa exigirá criatividade e muito dinheiro, tanto da montadora quanto do poder público. Apenas a Fiat, quando estiver funcionando, terá 4.500 funcionários.
Os fornecedores no mesmo terreno somarão outros 7.500. Além disso, também haverá centenas de veículos para transportar todo esse pessoal, fora a movimentação das cargas e o escoamento da produção da própria Fiat. Só para se ter uma ideia do gigantismo da produção, cada automóvel será montado com mais de 6 mil componentes vindos de fornecedores.

A capacidade de produção da Fiat será de 200 mil a 300 mil automóveis por ano, o que significa 45 veículos por hora ou ainda um a cada um minuto e 20 segundos. “Pensamos o fluxo logístico para não haver cruzamento entre as pessoas e o carro acabado. É um grande esforço”, comenta o diretor de Relações Industriais da Fiat, Adauto Duarte. Para entender a dificuldade que tudo isso significa, é preciso mostrar os números básicos de transporte estimados pela Fiat. A maior parte do pessoal do complexo chegará e sairá em 180 ônibus que farão as viagens em cada turno de trabalho (serão três por dia, um total de 540).

A fábrica funcionará 24 horas por dia, 30 dias por mês. A estimativa de tráfego de veículos leves de funcionários, visitantes e fornecedores é de 800 por dia, sem falar em motos e bicicletas. O movimento de cargas também será imenso. Fora as centenas de empilhadeiras outros pequenos veículos que circularão nos 23 quilômetros das vias internas do polo automotivo, todos os dias a fábrica será alimentada por 600 caminhões e 40 carretas de carregamento de bobinas – pode até parecer difícil de se imaginar, mas a montagem de um automóvel começa com enormes chapas de aço que chegam a uma montadora enroladas em bobinas gigantescas.

Na fábrica da Fiat em Pernambuco, serão duas linhas de montagem com máquinas chamadas prensas, quejconlinedigital.ne10.uol.com.br/web/ 2/2 vão “estampar” essas enormes chapas e produzir a partir delas 960 peças por hora, como portas e capô, aplicando 16 golpes por minuto no metal. Essa é uma fase muito automatizada (terá 298 trabalhadores) e com baixo risco de acidentes:se as portas da área onde ocorre o corte das chapas for aberta, as máquinas param de imediato. Além disso, ainda nessa primeira fase, as aparas de aço (“sobras” que não viraram peças) caem de uma altura de 8 metros sem contato humano em uma esteira.

Os restos de metal são compactados enviados a empresas que produzam aço. Toda essa primeira etapa, a de prensas, ocupará uma área de 42.162 metros quadrados. A segunda fase, com 734 funcionários, será a da funilaria, onde cada veículo receberá, em 261 estações de produção, mais de 4 mil pontos de solda.
“É como um lego”, explica Adauto Duarte. No que será o piso do carro serão instaladas partes como colunas, capô, teto e portas – tudo depois calibrado a laser. O trabalho é grande, mas a explicação é simples. A funilaria ocupará 70.653 metros quadrados. A terceira etapa, a pintura, também é fácil de entender. Terá 511 trabalhadores. Ela ganha destaque por ser a maior linha de produção da fábrica, com 9,2 quilômetros de extensão. “De fora as pessoas verão um único prédio. Mas a FIAT em Goiana terá quatro andares, explica Adauto.

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